VIDA E MOVIMENTO: uma leitura de Pequena coreografia do adeus, de Aline Bei

Resumo

A escritora Aline Bei, nascida em São Paulo, em 1987, é um dos nomes proeminentes da literatura contemporânea brasileira, dispondo de um estilo único em sua escrita. Formada em Letras, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em Artes Cênicas pelo Teatro Célia-Helena, teve seu primeiro livro publicado em 2017, tendo sido recebido de maneira bastante positiva pela crítica, o que permitiu à escritora ser vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura e o Prêmio Toca, além de ser finalista do Prêmio de Literatura do Rio de Janeiro, em seu lançamento de estreia. O seu segundo livro confirma o estilo e ratifica o reconhecimento da crítica, e mais uma vez a autora é aclamada. Publicado em 2021, Pequena coreografia do adeus narra a história de Júlia, a protagonista, que enfrenta muitas dificuldades, principalmente, pela conturbada relação com os pais. Posto isso, essa pesquisa tem como objetivo principal verificar, por meio de uma leitura interpretativa, os efeitos de sentido criados pelo discurso de Aline Bei, na obra Pequena coreografia do adeus, privilegiando-se um estudo acerca dos mecanismos de construção da personagem protagonista, que se destaca como elemento estruturante e condutor da narrativa. A pesquisa ainda tem como propósito apresentar um perfil biográfico e artístico de Aline Bei, ampliando-se os horizontes de leitura do leitor, já que se trata de uma autora contemporânea que só agora começa a despertar interesse de leitores do contexto acadêmico, bem como da crítica especializada. Posto isso, dizemos que nos sentimos motivadas a avançar para águas mais profundas na escrita de Bei, buscando oferecer nosso olhar, nossa leitura para esta escrita poética que se destaca pela experimentação estética e a exploração da palavra em suas potencialidades existentes. A fim de alcançar o objetivo proposto, adotamos, como procedimento metodológico, uma pesquisa de abordagem bibliográfica, que está fundamentada em leituras de textos teóricos e ensaísticos de autores como, Bakhtin, pelo olhar de Fiorin (2006), além de Reuter (2004) para falar do romance moderno. Concernente à construção da narrativa poética, subsidiaram nossos apontamentos as reflexões J.Y. Tadié (1994, Introdução) e Antônio D. Pires (2006). No que se refere à construção da personagem na narrativa, foram utilizados os apontamentos feitos por Candido (2003) e Reis e Lopes (1988). Para compor o perfil e entendimento da autora recorremos a algumas poucas fontes disponíveis no contexto acadêmico, como por exemplo, Asfeld (2021) e Esteves e Coqueiro (2020), e, claro, ao conteúdo inédito que compõe a entrevista da autora concedida à equipe desta pesquisa e que se encontra no anexo no final do trabalho.