COMPARAÇÃO DA COLANGIORESSONÂNCIA MAGNÉTICA E DA CPRE NA INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA DO CÂNCER DE PÂNCREAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Resumo
Introdução: O câncer de pâncreas destaca-se pela alta letalidade, com diagnóstico frequentemente tardio e opções terapêuticas limitadas. Nesse contexto, este estudo visa comparar a Colangiopancreatografia por Ressonância Magnética (CPRM) e a Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) na determinação do estadiamento local. Método: Realizou-se revisão sistemática seguindo o protocolo PRISMA, com buscas nas bases Embase, MEDLINE, ScienceDirect e Scopus. Foram incluídos estudos publicados entre 2020-2025, em inglês, português ou espanhol, focados em acurácia diagnóstica, coortes prospectivos ou transversais. Após triagem, 11 artigos foram selecionados para análise. Resultados: A CPRM demonstrou alta acurácia diagnóstica, destacando-se na detecção de lesões menores de 1 cm, diferenciação entre processos inflamatórios e neoplásicos, e avaliação tridimensional da anatomia ductal. A técnica mostrou-se superior à CPRE no estadiamento inicial, com riscos mínimos de complicações. A CPRE, embora útil em intervenções terapêuticas, apresentou morbidade de até 21,5% e dependência da habilidade do operador. Discussão: Os resultados reforçam a CPRM como método preferencial para estadiamento inicial, reduzindo procedimentos invasivos desnecessários. Destaca-se a necessidade de padronização de diretrizes e treinamento especializado. Intervenções como inteligência artificial na análise de imagens e biomarcadores emergentes surgem como estratégias promissoras para refinamento diagnóstico. Conclusão: A CPRM consolida-se como ferramenta essencial no estadiamento do câncer de pâncreas, oferecendo precisão e segurança, enquanto a CPRE deve ser reservada para contextos terapêuticos. Este estudo reforça a importância de abordagens multimodais e práticas baseadas em evidências para otimizar decisões clínicas, reduzir a morbimortalidade e promover custo-efetividade.