A IMPORTÂNCIA DA SIMULAÇÃO REALÍSTICA E DOS SERIOUS GAMES NO ENSINO MÉDICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Resumo

A simulação realística como ferramenta de ensino e treinamento tem sido implementada em diversas áreas durante décadas, como por exemplo nos programas de simulação de voos da indústria aeroespacial. No entanto, surge como técnica de ensino em medicina após sua implantação em universidades dos Estados Unidos, com o objetivo de suplantar as deficiências do ensino teórico passivo, centrado no professor, e estimular o aprendizado ativo e prático. Sendo assim, hoje é utilizada em diversas instituições de ensino brasileiras, o que propícia à aplicação de conhecimentos teóricos de forma segura e para a formulação de reflexões sobre o cenário vivido. Ainda no contexto das metodologias ativas de aprendizado, além da simulação realística, também podemos utilizar como ferramenta os serious games, cujo conceito envolve a abordagem do atendimento médico real em contexto de jogo. Tal ferramenta, juntamente com a simulação, tem como finalidade complementar o treinamento dos estudantes, favorecendo o desenvolvimento do raciocínio clínico. O presente trabalho teve como objetivo relatar a experiência de duas alunas de graduação em medicina como parte de um estudo para avaliação da simulação e dos serious games como metodologia de ensino. Ao longo do quarto ano da graduação, cursando a disciplina “Simulação realística”, tivemos a oportunidade de participar do estudo intitulado Avaliação da introdução de serious game ao ensino em simulação para alunos do curso de medicina: um estudo de intervenção randomizado. Como participantes, tanto no grupo controle quanto intervenção, identificamos a importância das atividades simuladas e principalmente do uso do serious game para a sedimentação do conhecimento e desenvolvimento de habilidades práticas. O simulador digital permitiu que os conceitos introduzidos durante a primeira etapa do estudo fossem treinados e aprimorados, possibilitando o aprendizado através da repetição, bem como pela tentativa e erro. Desta forma, a aluna que teve acesso a esse treinamento antes da etapa de avaliação sentiu-se mais preparada e confiante quanto ao assunto e, assim, teve um desempenho melhor quando comparada à aluna do grupo controle.